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Uma Alimentação Vegana Saudável Pode Incluir Análogos de Carne

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Por Virginia Messina (dietista, co-autora dos livros Vegan for LifeVegan for HerNever too Late to Go Vegan, entre outros)   
Publicado a 17 de Fevereiro, 2011

Um pequeno carrinho de cachorros-quentes na minha cidade publicita, num grande cartaz escrito à mão, que têm cachorros-quentes veganos. (Eles antes vendiam cachorros-quentes “veegun”; Não fui eu quem os corrigiu, mas fico agradecida que alguém o tenha feito.) Apesar de viver num local hippie onde este tipo de coisas não é incomum, elas fazem-me feliz. Comida vegana num carrinho de cachorros-quentes dá-me esperança para o futuro.

O primeiro “análogo de carne” foi inventado por John Harvey Kellogg em 1895 e, definitivamente, não foi um cachorro-quente. Ele esmagou amendoins em manteiga de amendoim, usando-a como um substituto da carne para pacientes no seu sanatório em Battle Creek, Michigan. O produto foi introduzido na Exposição Universal de St. Louis em 1904 e promovido como um alimento saudável. A manteiga de amendoim tornou muito mais fácil para os pacientes do Dr. Kellogg a passagem a vegetarianos e os análogos da carne continuam a facilitar, para muitas pessoas, a transição para uma alimentação sem carne.

Mas, desde que alguém apresentou na Oprah um conjunto de carnes e queijos vegetais (Eu não assisti ao programa, pelo que os meus detalhes sobre isto são um pouco imprecisos), tenho ouvido dizer que esta é a maneira errada de ensinar as pessoas a serem veganasporque não é saudável.

Eu concordo que uma enorme quantidade de carnes vegetais não fazem parte de uma alimentação óptima, mas isso significa que ninguém deva comer esses alimentos? Sim, alguns dos ingredientes das carnes vegetais populares não saíram directamente do solo. Eles são o resultado de vários graus de processamento. E então? Os alimentos processados – como o tofu no Japão, o azeite ao longo do Mediterrâneo e as tortilhas de milho tratadas com cal no México – têm feito parte das dietas culturais há séculos. Ao contrário de serem prejudiciais, elas são algumas vezes associadas a uma melhor saúde e nutrição.

Uma ideia popular é que os veganos que comem comida processada e gorduras adicionadas são os que são mais provavelmente pouco saudáveis. Portanto, seguindo o raciocínio, precisamos de desencorajar o uso destes alimentos de maneira a protegermos a alimentação dos veganos e a imagem do veganismo. Mas isto é baseado mais numa ideia filosófica sobre como é que os veganos se deviam alimentar do que em qualquer prova empírica. Os veganos têm uma maior probabilidade de ficarem doentes quando se recusam a suplementar com vitamina B12 e vitamina D ou quando não dão atenção ao cálcio e ao ferro – não devido a comerem hambúrgueres vegetais ou por colocarem um pouco de azeite na sua salada.  

Se nós basearmos a definição de uma alimentação vegana saudável em princípios extremamente restritivos e demonizarmos os mesmos alimentos que ajudam as pessoas a tornarem-se (e a manterem-se) veganas, é difícil de imaginar que o veganismo vá alguma vez ser visto como a corrente dominante. A alimentação vegana precisa de ser realista para crianças, estudantes universitários, pessoas que não cozinham, apreciadores de comida que gostam de restaurantes caros e pessoas que comem em restaurantes de fast-food.

Isto não quer dizer que a norma vegana devia ser uma versão-vegetal da alimentação ocidental, tipicamente pouco saudável. Não estou a defender nada disso. Apesar de querer que a alimentação vegana seja fácil, também quero que os veganos sejam saudáveis. E uma alimentação vegana saudável deve ser baseada, na sua maioria, em alimentos vegetais integrais. Mas a abordagem de tudo ou nada que bane comidas processadas e gorduras adicionadas não é necessária para uma boa saúde.

Nós devemos defender uma forma de comer que proteja a saúde dos veganos assim como a imagem e acessibilidade do veganismo. Isso significa manter o foco nos factores nutricionais que realmente interessam e permitir a variedade de padrões de alimentações veganas que podem manter uma boa saúde.

Tradução: Luís Campos
Traduzido com permissão da autora
Original: http://www.theveganrd.com/2011/02/healthy-vegan-diets-can-include-meat-analogues.html
Imagem: salsichas veganas da FRYs. Cortesia O Talho Vegetariano

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