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Balança Alimentar Portuguesa: como comem os portugueses?

A Balança Alimentar Portuguesa 2016-2020, do Instituto Nacional de Estatística, fornece dados sobre o consumo alimentar da população portuguesa, a nível dos alimentos, calorias, proteínas, hidratos de carbono, gorduras e álcool. O relatório revela que os portugueses consumiram, em média, 4075 quilocalorias, o que é duas vezes mais do que o recomendado para um adulto de peso médio (2000 quilocalorias).

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Além de ingerirem demasiadas calorias, os portugueses também têm uma alimentação que prima por ser bastante desequilibrada. Existem dois grupos de alimentos onde se verifica um grande desvio face ao que é recomendado pela Roda dos Alimentos; por um lado, o de “Carne, pescado e ovos”, que são consumidos em demasia, com cada habitante a consumir diariamente, em média, 229,8 gramas e 83,9 quilos por ano, o que é quatro vezes superior ao recomendado.O contributo calórico médio diário das carnes  por  habitante (428,6  kcal) é mais de quatro vezes o total das calorias recomendadas pela Roda dos Alimentos para o grupo Carne, Pescado e Ovos.

Já ao nível dos “Frutos” e “Hortícolas”, estes são consumidos em menor quantidade do que é recomendado, embora as quantidades diárias disponíveis de frutos por habitante tenham aumentado 27%. No período de 2016-2020, o consumo de leguminosas secas registou um aumento de 21% em relação ao período anterior (2012-2015), representando agora 0,7% na Balança Alimentar Portuguesa, o que ainda está longe dos 4% recomendados pela Roda dos Alimentos.

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As quantidades diárias disponíveis de frutos frescos por habitante aumentaram 10,4% entre 2016 e 2020, ascendendo a 269,1 g/hab/dia em 2020 (98,2 kg de fruta fresca/hab/ano), com um ligeiro abrandamento em 2020 face a 2019 (-1,8%). Fonte: INE
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Em 2020, estavam disponíveis para consumo 13,4 g/hab/dia de leguminosas secas (4,9 kg/hab/ano), menos 4,3% face a 2019, mas superior ao disponível em 2016 em 22,9% (+0,9 kg/hab). Em termos médios, as disponibilidades médias anuais destes produtos no período 2016-2020 excederam as disponibilidades médias no período 2012-2015 em 21,0% (+0,8 kg/hab). Fonte: INE

Assim, podemos concluir que em média, come-se mais do que se devia, mas come-se pior do que é recomendado. 

Que animais são mais consumidos?

As disponibilidades de carne aumentaram 8,7%, sendo que a maior oferta continuou a ser a proveniente de animais de capoeira (38,4%), a disponibilidade de carne de suíno baixou, mas continuou a ser o segundo tipo de carne mais disponível para consumo (29,1%), já a carne de bovino que representa 22,7% do total. 

Já a oferta de pescado para consumo aumentou 16,3% e alcançou 62,7 gramas por dia por habitante, o consumo de crustáceos e moluscos ultrapassou pela primeira vez as disponibilidades para consumo de bacalhau e outros peixes salgados secos (15,4% para 18,8% no período anterior).

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Como é que a pandemia afectou a disponibilidade e consumo?

Em 2020, o ano marcado pela pandemia, existiu um decréscimo quase generalizado das disponibilidades alimentares para consumo. Os ovos e os produtos estimulantes, como o café e o chocolate, foram uma excepção, já que aumentaram ao longo de todo o quinquénio. O consumo de ovos aumentou 16,1%. A disponibilidade para consumo no território nacional correspondeu a cerca de meio ovo por dia e por pessoa, o equivalente a 178 ovos por ano. 

O consumo de açúcares adicionados e de óleos e gorduras diminuiu em 3,2% e  2,2%, respectivamente. Já as disponibilidades diárias de café, cacau e chocolate para consumo  têm vindo a subir há mais de dez anos, atingindo, em média, 25,8 gramas diárias por habitante.

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Entre 2016 e 2021, em média, cada português terá bebido 302,2 mililitros de álcool por dia, ou seja, 110 litros por habitante em cada ano. Destes, 47,9 litros correspondem a vinho e 57,6 litros a cerveja. O aumento do consumo de bebidas alcoólicas deu-se em 2017, mas em 2020 a ingestão de álcool diminuiu em cerca de 14,3%, face a 2019. 

A água engarrafada é a bebida não alcoólica disponível em maior quantidade, 61,7% do total, seguida pelos refrigerantes com 32,0% e pelos sumos com 6,2%.

O índice de adesão à dieta mediterrânica apurado em 2020 foi de 1,157, nível idêntico ao obtido em 2012 em plena crise económica em Portugal, apresentando um aumento de 1,3%, face ao ano anterior.

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Comparando os desequilíbrios das disponibilidades dos grupos alimentares face às recomendações em 2016 e 2020, pode concluir-se que o padrão de desequilíbrios se manteve em ano de pandemia .Fonte: INE

Fonte: Balança Alimentar Portuguesa – 2016 – 2020 (INE, 2021)

Autoria: Susana Ribeiro

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