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A inesperada diversidade de uma alimentação “só” com plantas

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Uma das primeiras coisas que frequentemente se pergunta a alguém vegetariano ou vegan é: “Então, mas o que é que tu podes comer?” Sendo a comida um dos pilares da socialização, é natural que qualquer tipo de alimentação fora dos padrões comuns seja não só um foco de curiosidade como de alarme na hora de preparar os alimentos de um modo, muitas vezes, completamente novo ao que estamos acostumados. Com o aumento significativo do número de vegetarianos em Portugal (e no mundo) esta é também uma questão cada vez mais colocada por quem recebe convidados em sua casa e tem que preparar comida que “dê para todos”.

Assim, voltamos à questão colocada: “o que é que podes comer?”. É importante, antes de mais, notar que a maior parte dos vegetarianos pode, de facto, comer de tudo. O vegetarianismo não é uma condicionante como uma alergia. É uma escolha pessoal. Daí que, podemos comer de tudo, mas escolhemos não o fazer, ou melhor, escolhemos não considerar sequer animais como ingredientes. Neste sentido, é também comum pensar que a alimentação de um vegetariano é extremamente limitada. Ao retirar-se a carne, o peixe, e ainda os ovos, o leite, o queijo… na visão popular é como retirar-se tudo, literalmente, do prato. Compreende-se que isto é natural no sentido em que, apesar de se verificar um aumento exponencial do vegetarianismo nos últimos anos, continua a existir um enorme consumo de proteína animal no centro da nossa gastronomia.

Ao conversar com uma amiga que me colocava esta mesma questão, perguntei-lhe quais os ingredientes que ela costumava comprar e preparar em casa, nomeadamente proteína: os mais comuns eram frango, porco, ovos, queijo e leite. A despensa da grande maioria dos vegetarianos é, ao invés, povoada de feijões e lentilhas de várias qualidades, tofu e grão, e possivelmente também seitan. Se considerarmos os lacticínios, basta pensar que ao não consumir leite de vaca/ovelha/cabra, o vegetariano tende a usar opções à base de amêndoa, de caju, de aveia, de arroz, de cânhamo, de sementes de girassol, linhaça ou abóbora, etc… cada um com um sabor diferente e com inúmeras possibilidades de personalizar com especiarias ou até frutas.

Quando se pensa em vegetais, que normalmente tomam o lugar de “acompanhamento” no prato da maioria dos portugueses, é comum também a ideia de que falta o “conduto” num prato vegetariano. Pelo contrário: ao colocar os vegetais no centro do prato, dá-se ênfase a ingredientes repletos de fibra que vão ajudar a saciar durante mais tempo (isto, claro, considerando que se inclui sempre uma proteína vegetal como as acima mencionadas).

Assim, uma das reacções mais comuns do novo vegetariano é a de que ao invés de ter as suas escolhas limitadas, na verdade, se abre um número infinito de possibilidades gastronómicas. Não só é comum, no dia-a-dia, variar entre os mais diversos sabores do mundo, do indiano ao italiano, do japonês ao mexicano (muitas vezes até só através de especiarias), mas é ainda uma aventura maior experimentar os pratos típicos da nossa cultura apenas com ingredientes vegetais.

Claro, para quem gosta de cozinhar é uma aventura, mas mesmo para quem não gosta, é também fácil de simplificar mantendo a abundância de ingredientes: a maioria dos vegetarianos ficaria contente de comer um bom arroz de feijões, uns legumes assados ou uma simples massa com vegetais.

A escolha no mundo das plantas é exponencialmente maior do que a escolha de carnes e, sobretudo, com maior variedade de texturas, sabores, cores e componentes nutricionais.

Assim, os vegetarianos não comem efectivamente “só alface” – apenas de vez em quando!

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