Em Setembro, o México tornou-se o primeiro país da América do Norte – o 41º no mundo – a banir os testes em animais para cosméticos, com o apoio unânime do senador do país. A lei federal também proíbe o fabrico, a importação e o marketing de cosméticos testados em animais de qualquer parte do mundo.
A decisão surge no seguimento de campanhas lideradas há vários anos pela Humane Society International (HSI) e pela ONG Te Protejo (organização responsável pela campanha #CrueltyFreeMexico). A lei federal foi apadrinhada pelo senador Ricardo Monreal e é adotada pela LUSH, Unilever, P&G, L’Oréal, Avon, entre outras marcas da indústria da beleza, que trabalham para substituir os testes em animais por métodos mais viáveis.
“Agradecemos ao governo mexicano por mostrar liderança neste assunto de grande importância, e continuaremos a trabalhar em conjunto para implementar os nossos compromissos e garantir uma proibição vigorosa”, disse Antón Aguilar, diretor executivo da Humane Society International (HSI) no México. “Este é um enorme passo à frente pelos animais, pelos consumidores e pela ciência no México, e esta legislação pioneira pode abrir o caminho para o continente americano se tornar o próximo mercado de beleza cruelty-free, trazendo-nos um passo mais próximo para uma proibição global”.
A decisão legislativa foi também altamente influenciada por “Save Ralph”, uma curta-metragem animada produzida pela Humane Society International. Lançada em abril, a curta-metragem foca-se na personagem Ralph – dublado pelo aclamado diretor da Nova Zelândia, Taika Waititi – um coelho que perdeu a visão num olho e a audição num ouvido depois de ser submetido a testes para cosméticos. A comovente curta-metragem foi escrita e produzida pelo filmmaker vegan Spencer Susser, filmada pelo cineasta britânico Tristan Oliver e animada pelo aclamado Tobias Fouracre.
Parte de uma campanha da HSI para pôr fim aos testes em animais para cosméticos, “Save Ralph” foi narrado pelo comediante britânico Ricky Gervais e as personagens foram dobradas por um grupo de excelência de celebridades, incluindo o Zac Efron, a Olivia Munn, a Tricia Hefler, a Pom Klementieff e a Rosario Dawson. “Eu fiquei honrada por dar a minha voz à campanha da Humane Society International para abolir os testes em animais para cosméticos, e não poderia estar mais orgulhosa em ver o impacto do #SaveRalph ao impulsionar o México a se tornar o primeiro país da América do Norte cruelty-free em cosméticos”, disse Dawson.
Os testes em animais para cosméticos no resto da América do Norte
O México junta-se a outros 40 países e 10 estados do Brasil ao proibir os testes em animais para cosméticos, e a sua decisão coloca pressão no resto da América do Norte para tomar medidas na eliminação da prática inefetiva.
No Canadá, a senadora Carolyn Stewart Olsen introduziu o Cruelty-Free Cosmetics Act (Bill S-214) em 2015 em parceria com a HSI e a Animal Alliance of Canada (AAC). O senado do Canadá aprovou a lei em junho de 2018, mas ainda não está em vigor.
Nos Estados Unidos, o estado da Califórnia foi o primeiro estado a aprovar a proibição dos testes em animais para cosméticos em 2018 e seis outros estados (Nevada, Illinois, Virginia, Maryland, Hawaii e Maine) seguiram o seu exemplo. Espera-se que outros três estados, New Jersey, Rhode Island e Nova York sejam os próximos.
A nível federal, o Humane Cosmetics Act foi introduzido em 2019 por políticos bipartidários, incluindo o senador vegan Cory Booker, de forma a pôr fim aos testes em animais para cosméticos a nível nacional, bem como para proibir a importação de cosméticos testados em animais de outros países. Atualmente, mais de 900 empresas apoiam oficialmente o Humane Cosmetics Act.
A proibição dos testes em animais para cosméticos está pendente a nível federal, tanto nos Estados Unidos como no Canadá.
Artigo original: VegNews
Traduzido por: Ana Lúcia