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Por Jack Norris, Bruce Friedrich, Fred Fishman e Matt Ball.

Uma coisa
Jack Norris, Director e Co-Fundador, Vegan Outreach

Ser vegano, para mim, significa uma coisa: uma tentativa de reduzir o sofrimento intenso dos animais não humanos. Para mim, dizer “Sou vegano” é sinónimo de dizer “Decidi ter um estilo de vida que não apoie a exploração dos animais.”

A maior parte do sofrimento animal nos E.U.A. resulta directamente de as pessoas comprarem produtos animais para comerem. Penso que é importante que os veganos façam com que o significado da palavra “vegano” se foque em evitar os produtos que, óbvia e razoavelmente, conduzem ao sofrimento animal, para que as pessoas compreendam que não se trata de pureza pessoal, mas sim de redução do sofrimento.

Se pudéssemos eliminar a indústria da pecuária, milhares de milhões de seres seriam poupados a uma vida de sofrimento, dor e abate.


O que significa o veganismo para mim
Bruce Friedrich, Coordenador da Campanha Vegetariana, PETA

Os matadouros são talvez os locais mais violentos do planeta. Os animais são rotineiramente conduzidos a espernear e a berrar através do processo de esfolamento e desmembramento, cada um deles sangrando e morrendo exactamente como fariam se fossem seres humanos. As quintas de hoje tratam os animais como se fossem caixas num armazém, cortando bicos, caudas e órgãos genitais sem quaisquer anestésicos, infligindo queimaduras de terceiro grau (na marcação), arrancando dentes e bocados de carne. Os animais  que são transportados para os matadouros morrem frequentemente devido ao calor ou ao frio, ou gelam encostados às paredes dos camiões de transporte ou ao chão, nos seus próprios excrementos.

As vacas leiteiras e as galinhas poedeiras sofrem o mesmo pesadelo real que os seus irmãos que são criados pela sua carne, tirando o facto de o seu tempo na “quinta” ser mais longo. Continuam a ser transportadas para o matadouro e mortas, no final de um tempo que é uma fracção do seu tempo natural de vida.

Não existe, simplesmente, desculpa para qualquer pessoa que se considere um ser humano ético, quanto mais um “amigo dos animais”, apoiar este tipo de práticas, que são, todas elas, rotineiras e universais nas indústrias que transformam animais em produtos derivados da carne.

Se eu não consigo vê-lo acontecer, então não quero ser parte disso. Eu gosto de ver os campos a serem lavrados e adoro apanhar maçãs e tomates e cenouras e outros produtos vegetarianos. Se os matadouros tivessem paredes de vidro, como Paul McCartney tanto gosta de dizer, seríamos todos vegetarianos.

Sempre que eu me sento para comer, tomo uma decisão sobre quem  sou neste mundo: Quero contribuir para o nível de violência, miséria e derramamento de sangue que há no mundo? Ou quero fazer uma escolha compassiva e misericordiosa? Existe tanta violência no mundo, das regiões devastadas pela guerra em África e na Europa às nossas próprias cidades. A maior parte desta violência é difícil de compreender, e mais difícil ainda de influenciar. O veganismo é uma área em que cada um de nós pode fazer a diferença, de cada vez que se senta para comer. Eu sinto que me confere grande poder, a possibilidade de fazer uma opção pela paz e pela compaixão de cada vez que me alimento, simplesmente por não encorajar a violência e a miséria contra os animais.


Defina-se
Fred Fishman

Quando o termo “vegan” foi criado, os termos eram diferentes, e os produtos animais não estavam presentes em quase tudo. Você podia eliminar todos os produtos animais e, ainda assim, ter uma vida relativamente normal. Hoje, teria de eliminar o uso dos telefones, dos livros, dos computadores, dos carros, das bicicletas, dos aviões, etc. (todos os quais contêm alguns elementos feitos de produtos animais) para ser “vegano”, segundo a definição original. Assim, assumindo eu que você não quer fazer isso, terá de definir a sua própria versão de veganismo, e viver a sua vida em sintonia com isso.

Esqueçam o vegano
Matt Ball

Como qualquer pessoa que consulte a internet poderá ver, não faltam opiniões sobre a definição de “vegano”. Uma linha comum parece ser a de que a definição de cada pessoa de vegano é: “Aquilo que eu sou.” Se uma pessoa come açúcar (ou bebe água) que foi filtrado por ossos calcinados, então o açúcar é vegano. Se não come, então não o é. O mel, o soro de leite, a película fotográfica, as velhas luvas de basebol, a cerveja, o tabaco, a medicina, etc. Um amigo meu (e vegano de longa data) escreveu um dia a um membro da polícia vegana: “Fico farto do termo ‘vegano’. Parece estar a tornar-se apenas uma etiqueta para superioridade moral.”

Isto pode parecer estranho vindo de um co-fundador da Vegan Outreach, mas não importa qual a etiqueta que qualquer pessoa coloca em mim, ou qual a etiqueta que qualquer pessoa coloca em si mesma. Por exemplo, se Peter Singer (autor de “Libertação Animal”) fosse comer um prato que contivesse lacticínios escondidos na casa de um colega, ou se Carole Morton (que dirige o Green Acres Farm Sanctuary e é uma agente humanitária num condado rural da Pensilvânia) fosse comer os ovos postos pelas galinhas que ela salvou… será que eu quero retirá-los, bani-los do nosso clube vegano?

Ser vegano, para mim, significa fazer diminuir o sofrimento e trabalhar para a libertação animal o mais eficientemente possível. Não tem nada que ver com pureza pessoal ou com o meu ego. Se, por alguma reviravolta bizarra, comer um hambúrguer (ou, melhor ainda, uma pizza do Uno com triplo queijo 🙂 ) fosse levar a um avanço significativo da libertação animal, então eu fa-lo-ia.

Eu compreendo que diferentes pessoas têm diferentes visões sobre as coisas. Tudo bem. Compreendo que o mundo é um lugar de qualidade bastante baixa em muitos aspectos, e isso não está certo, mas permitir que isso me torne deprimido, zangado, ou crítico não conduz a nada, ou conduz a menos do que nada.

Tradução: Ricardo Morais-Pequeno
Artigo traduzido com a permissão dos autores
Original: http://www.veganoutreach.org/advocacy/definingvegan.html

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