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Governo Neozelandês Anuncia o Fim das Exportações de Gado Vivo por Via Marítima

O governo neozelandês anunciou a proibição das exportações de gado vivo por mar, com um período de adaptação de dois anos. O Ministro da Agricultura Damien O’Connor iniciou, assim, um pedido de avaliação e revisão dos processos de exportação de pecuária há aproximadamente dois anos, com opções que variavam entre um melhoramento do sistema e a proibição total.
Governo Neozelandês Anuncia o Fim das Exportações de Gado Vivo por Via Marítima

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O governo neozelandês anunciou a proibição das exportações de gado vivo por mar, com um período de adaptação de dois anos. O Ministro da Agricultura Damien O’Connor iniciou, assim, um pedido de avaliação e revisão dos processos de exportação de pecuária há aproximadamente dois anos, com opções que variavam entre um melhoramento do sistema e a proibição total.


As estatísticas da Nova Zelândia mostram-nos que mais de 100.000 animais provenientes da indústria pecuária foram transportados em navios para a China no ano passado, com um valor de mercado associado de 255.89 milhões de dólares. Nesta comunicação à imprensa, O’Connor disse que a Nova Zelândia tinha de manter a sua reputação relativamente aos seus elevados parâmetros de bem-estar animal.


“A exportação de gado da Nova Zelândia tem sido parte do nosso sistema de produção pecuária há já muito tempo… mas as preocupações a nível dos riscos para a reputação da Nova Zelândia que este sistema causa têm ganho expressão…
A verdade é que, a partir do momento que os animais deixam a Nova Zelândia por mar, a nossa capacidade de assegurar o seu bem-estar antes de chegarem ao seu destino é muito reduzida… o que é um risco inaceitável para a reputação da Nova Zelândia.”

O Ministro disse que esta decisão afecta alguns produtores, exportadores, e importadores, e que um período de transição permitiria a adaptação do setor. O’Connor menciona ainda que foram estabelecidos contactos com os principais parceiros comerciais, e garante reconhecer a importância de manter estas relações económicas.


“Estamos focados em trabalhar com eles ao longo deste processo de transição para longe das exportações de gado por mar. A Nova Zelândia tem agora a oportunidade de investir no seu comércio através do trabalho científico inovador que está a ser realizado a nível da genética das vacas leiteiras, e do uso de germoplasma.”


As exportações de gado vivo por via marítima representam aproximadamente 0.2% da receita de exportações do setor primário desde 2015. O’Connor diz que, apesar de ter os seus benefícios para alguns agricultores, não são universalmente apoiadas na indústria. E afirma ainda que não espera que o PIB seja afetado por esta proibição.


“Existe uma divisão de opiniões no que diz respeito ao valor desta decisão a longo prazo. Na sua revisão, o Comité Nacional para o Bem-Estar Animal da Nova Zelândia (National Animal Welfare Advisory Committee (NAWAC)), que aconselha os governantes nas questões do bem-estar animal, recomendou que esta prática fosse proibida.”


Alguns defensores dos direitos dos animais, incluindo uma antiga chefia do departamento de bem-estar animal para o Ministro das Indústrias Primárias, pediram que se pusesse termo a este tipo de exportações – dizendo que o gado acaba em piores condições do que se permanecer na Nova Zelândia.


Esta proibição não se aplica às exportações realizadas por meio aéreo. “Claramente, o período de transporte aéreo é muito mais curto, e geralmente os animais são bem tratados. Não temos nenhuma indicação de preocupações relativamente ao bem-estar dos animais movidos por esse meio.”
O período de transição de dois anos para a indústria, irá permitir o ajuste das operações daqueles envolvidos nas exportações marítimas.


“Nós valorizamos o comércio existente. Temos um sistema que foi construído em redor das exportações, e fizemos muito para melhorar as condições dos navios. Mas no fim do dia, é um risco para a nossa reputação dar continuidade a este tipo de comércio.”


Exportadores revoltados


Um grupo que representa alguns exportadores, a Animal Genetics Trade Association, diz que a decisão de banir exportações de gado para reprodução é injustificável tanto a nível moral como prático.
O porta-voz David Hayman afirma que o gado enviado para a China é maioritariamente um excedente de vacas leiteiras que, de outra forma, teria sido enviado para o matadouro na Nova Zelândia. Hayman diz que 150.000 bezerros seriam agora mortos na Nova Zelândia todos os anos, ao invés de serem transportados para outros países de forma a contribuir como animais para reprodução. A indústria usará o período de adaptação de dois anos para relembrar o governo da importância moral e económica do comércio para a Nova Zelândia, diz O’Connor.

Grupos de defesa dos animais satisfeitos


O grupo de defesa dos animais SAFE diz que a proibição significa que estes animais não voltarão a sofrer em países com parâmetros de bem-estar animal inferiores aos da Nova Zelândia.
A CEO da SAFE, Debra Ashton, declarou que a organização estava satisfeita que a Primeira Ministra e o Ministro da Agricultura tenham ouvido os milhares de Neozelandeses que se tinham manifestado na questão.


No entanto, a SAFE continua seriamente preocupada com os animais que irão continuar a sofrer durante os próximos dois anos do período de transição, afirma.

Artigo original: rnz.co.nz

Traduzido por Ana Beatriz Salgado

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